sábado, 30 de agosto de 2025

DA FOICE AO FACE - 01

                                                          DA FOICE AO FACE

 

O título desta publicação é um elo que liga o instrumento utilizado pelo autor para cortar cana e palma forrageira para o gado leiteiro, nos tempo que residia na “Quixaba” – Jabitacá – Iguaracy - PE, à mídia social usada para divulgação das estrofes todos os domingos, desde 13.11.2011.

 

As postagens foram muito recebidas pelos amigos e os poetas Gregório Filó, Donizete Lima, Kleber Bonfim, Carlos Costa e outros registram seus versos dando à “domingueira poética” o sentido coletivo que a sustenta. Este volume contém “Quadras”, publicados de 13.11.2011 até 30.12.2012.

  

Tenho a teoria que em relação à poesia: “Quem critica não faz igual, quem elogia faz melhor e quem silencia curte”. Escolha seu grupo e fique certo que nosso propósito é somente divulgar uma cultura perene em nossa região. O PAJEÚ É ASSIM.

 

  Um grande abraço,

 

  Façamos poesias!

 

Juazeiro do Norte - CE - 2025






13.11.11

Hoje moro na cidade,

Não deixei de ser brejeiro,

Por isto sinto saudade

Da sombra de um juazeiro.

 

20.11.11

Uma banana picada,

Por passarinhos no cacho.

É doce como a cocada

De coco feita num tacho.

 

27.11.11

Café da classe primeira,

De um resort em Aruba. 

Não serve bolo de feira, 

Feito de massa de puba.

 

04.12.11

Um vaga-lume piscando,

Numa noite no sertão.

É mão de Deus confeitando

O bolo da escuridão.

 

 

 

      O orvalho beija a rosa

No romper da madrugada, 

Como quem diz uma glosa,

No ouvido da amada.

 

18.12.11

De Cristo siga a doutrina: 

“Irrigue seu coração

Com a água cristalina

Da nascente do perdão”.

 

25.12.11

Para uma caminhada

Repleta de alegria.

Busque na bíblia sagrada, 

Paz, amor, sabedoria...

 

01.01.12

No ano novo não queira,

Colher fruto não plantado.

Só merece a dianteira

O que não ficou parado.





No meu tempo de mancebo

Fiz quase tudo que quis.

Hoje lembrando percebo

Que na vida não há bis.

 

15.01.12

Em lugar justo e perfeito, 

Habita a fraternidade.

A igualdade é o leito

Onde dorme a liberdade.

 

22.01.12

Barragem mal acabada,

Na primeira enchente arromba. 

Quem tem carteira comprada

Na primeira esquina tromba.

 

29.01.12

Merendei manga e banana, 

Quando estudante. 

Época que caldo de cana,

Era meu refrigerante





No brilho do sol nascente, 

Busco forças para lidar.

Na lágrima do sol poente, 

Entendo o ciclo da vida.

 

12.02.12

Cada excesso cometido 

No tempo da mocidade,

Não fará nenhum sentido 

Depois da maturidade.

 

19.02.12

Nesta quaresma pratique.

A arte da convivência,

E toda atenção dedique

A quem lhe pedir clemência.

 

26.02.12

Vendo o mar ea montanha,

Lá na praia de Trindade.

Você descobre o que ganha, 

Não morando na cidade.





A minha piscina foi:

Poço, barreiro e açude. 

Transporte: Carro de boi, 

Brinquedo: Bola de Gude.

 

11.03.12

Ver uma mão estendida,

Em pró de um necessitado,

É um exemplo de vida

Que deve ser copiado.

 

18.03.12

Da primeira namorada,

Nem mesmo a testa beijei, 

Era arredia a danada,

Nem sua mão apertei.

 

25.03.12

Aplique a sabedoria,

E faça tudo perfeito.

Prá não perder energia, 

Justificando um mal feito.





Sem temer Pilatos nem 

Herodes ou os judeus, 

Entrou em Jerusalém,

Jesus é o filho de Deus.

 

08.04.12

Saiba que a páscoa não é

Só ovo achocolatado.

É o resgate da fé,

No Cristo ressuscitado.

 

15.04.12

É na morte da semente,

Que nasce uma planta nova. 

Prá gerar futuramente,

Outra planta, noutra cova.

 

22.04.12

Tamborete era o sofá,

Da casa em que eu morava.

O almoço era preá,

Com cuscuz de milho e fava.





Eu não perdi nenhum grama,

Na tal dieta que fiz.

Deixei de lado o programa, 

Hoje estou gordo e feliz.

 

06.05.12

Comprei a minha alforria,

Com cinquenta anos de idade. 

Descobri naquele dia

Quanto custa a liberdade.

 

13.05.12

A mãe é inigualável,

Na divisão do amor.

Que permanece imutável,

Na alegria e na dor.

 

20.05.12

No campinho de areia,

Que eu pequeno jogava, 

Chutava a bola de meia,

Que minha mãe “fabricava”.





Renuncie às tentações, 

Persevere, seja honrado. 

Retire das provações, 

Somente o aprendizado.

 

03.06.12

O bico do passarinho, 

Transforma-se em maçarico.

Prá poder “soldar” o ninho

No galho duro do angico.

 

10.06.12

A lua amplia o brilho,

Do pendão branco da cana

E a cabocla aquece o filho,

Na frieza da choupana.

 

17.06.12

Fazia o creme dental

Da raspa do juazeiro

E a água mineral

Ia buscar no coqueiro.





Para fazer a fogueira,

Na véspera de São João

Já catei muita madeira

Nas caatingas do sertão.

 

01.07.12

Disenteria eu curava

Com raspa de catingueira.

Para dormir mãe me dava

Chá de flor de laranjeira.

 

08.07.12

Ronaldo da Cunha Lima

Muito obrigado por

Na faculdade da rima

Ter sido meu professor.

 

15.07.12

Compra de voto vicia

O processo eleitoral,

Sua prática evidencia

Abuso do capital.





Pamonha foi minha empada, 

Minha pizza foi canjica.

E a soda limonada

Era açúcar e mexerica.

 

29.07.12

João Batista de Siqueira, 

Canção: poeta exemplar.

Da cultura brasileira

Pra mim é “pedra angular”.

 

05.08.12

A arrogância é o pote,

Onde bebe o prepotente,

E o remorso é o dote,

Que persegue o delinquente.

 

12.08.12

Como estou sentindo falta 

D’uma lamparina acesa.

E do meu pai, em voz alta, 

“Puxando a reza” na mesa.





Não permiti que o tédio 

Causava-me grande dor.

Ao descobrir que o remédio

Pra todo mal é amor.

 

26.08.12

Foi na magia do canto,

De um galo de campina,

Que pude descobrir quanto

A natureza é divina.

 

02.09.12

A massa do jatobá,

A acidez do umbu,

A maciez do juá

O pigarro do caju.

 

09.09.12

Com olho de goiabeira 

Curava dor de barriga

Com hortelã e cidreira

Eu combatia a fadiga.





O pendão do milho seca 

Com o sol do meio dia.

O cabelo da boneca

Diz se a espiga é sadia.

 

23.09.12

Foi meu iogurte Batavo:

Mel de engenho e coalhada.

O meu açúcar mascavo:

Foi rapadura raspada.

 

30.09.12

Para evitar que meus pais 

Puxaram meu cobertor.

O rouxinol nos frechais

Era meu despertador.

 

07.10.12

Com o voto obrigatório

Não me fale em liberdade. 

Isto é contraditório

Quando votar sem vontade.





Do Círio de Nazaré,

Quem participa em Belém

Sente o sismógrafo da fé 

Chegar à escala cem.

 

21.10.12

Seja prudente ao falar, 

Receptivo ao ouvir

A justiça dê lugar

Na hora de decidir.

 

28.10.12

Nas estradas que andei 

Enfrentei muitas ladeiras.

E nos rios que nadei

Não parei nas cachoeiras.

 

04.11.12

No campinho que brincava

Não era de ferro a trave.

Mas o problema eu sanava

Com corda e varas de agave.





Quando a ética é esmagada

Por pessoas sem moral

A justiça é sepultada

Sem honras no funeral.

 

18.11.12

Já torrei castanha em lata

De querosene amassada

E busquei imbu na mata

Prá mãe fazer umbuzada.

 

25.11.12

Não dê apenas migalhas 

Reparta bens preciosos, 

Derrube grades, muralhas,

Pise em solos pedregosos.

 

02.12.12

Com fojo peguei preá, 

Com anzol peguei traíra,

Já atirei em guará,

No meio da macambira.





Do menestrel Gonzagão

Dia treze, aniversário.

Do litoral ao sertão

Tem baião do centenário.

 

16.12.12

Fujo de falsos profetas,

Com promessas impagáveis.

E só foco minhas metas

Em eventos alcançáveis.

 

23.12.12

Na data do nascimento

De Jesus, o Salvador.

Não esqueça o mandamento

Que fala sobre o amor.

 

30.12.12

Sem do medo ser refém

Tenha garra e atitude

E se quiser ir além

A rotina antiga mudou.

 


DA FOICE AO FACE - 01

                                                           DA FOICE AO FACE   O título desta publicação é um elo que liga o instrumento util...